sábado, abril 30, 2005

Paul Auster: o culto

Quando cheguei à Culturgest para levantar a minha senha de accesso, 20 minutos antes da hora marcada, pasmei ao ver que o número de pessoas que já se encontrava à espera e que se entendia para além do perímetro do edifício. Duas ou três pessoas à minha frente estava este senhor, o que encarei como presságio de que ainda haveria senhas à minha chegada ao famigerado balcão. Claro que não pensei ser a única leitora portuguesa deste americano sedutor mas as proporções da devoção alheia surpreenderam-me.
(continua)

sexta-feira, abril 29, 2005

Eu vou

Culturgest 21.30. E de seguida ausento-me para a Figueira da Foz (em suspiros por supuesto -obrigações familiares obrigam-me a perder o 2º encontro na Fnac Chiado).

quinta-feira, abril 28, 2005

A impiedosa cidade

Tenho a vida arrumada na margem sul do Tejo e por isso cada vez menos me desloco à capital com tempo para tropeçar nos desabrigados da vida. Mas hoje, à saída do barco, tive de reactivar a carapaça urbana para ignorar vários sem abrigo que ainda dormiam por ali no chão. Senti-me simultaneamente fútil e afortunada, pois o meu intuito de ir comprar materiais para fazer mais uns pares de brincos foi completamente abalroado por aquela dose de realidade crua. Como lembra o provérbio: There but for the grace of God go I.

quarta-feira, abril 27, 2005

Todos temos talentos escondidos?

Descoberto recentemente este pretenso talento tornou-se um vício. Ver as peças acabadas nas orelhas e dedos de queridas amigas é uma sensação indescritível. A "palpabilidade" deste trabalho (por oposição ao meu day job que é desempenhado intelectualmente e supõe resultados sempre um pouco difíceis de avaliar, apesar de tudo) fascina-me.

terça-feira, abril 26, 2005

Ainda...

Não consigo ir dormir descansada se não tiver "postado".
Não consigo deixar de ver o insuportável Conan O' Brien, nem que seja só para o vilipendiar fortemente e a seguir mudar de canal (pelo meio vão aparecendo umas entrevistas memoráveis como a do William Shatner).
Não consigo ter vontade de ir ao ginásio (apesar de ter deixado de ir há um mês atrás e as lombalgias me pedirem encarecidamente para ir).
Não consigo deixar de pensar nas férias.
Não consigo não ter roupa para passar a ferro.
Não consigo deixar de aborrecer os demais com os meus queixumes.
Não deixei de ser humana.

segunda-feira, abril 25, 2005

Memórias

Só tenho mais um ano que a Revolução dos Cravos. Por isso as minhas memórias são as que foram sendo construídas pela celebração do tempo. Este cartaz é uma delas. Não consigo explicar porquê. Talvez porque a criança da imagem tivesse uma idade aproximada à minha da altura. Só sei que havia um exemplar destes pendurado num consultório médico onde eu ia com a minha mãe. Para além desta imagem e da canção da gaivota que me ensinaram na escola, há uma outra memória que se eterniza todos os anos. O hino de Zeca Afonso. Todos os anos neste dia o ouço pela mão do meu pai. E todos os anos me recordo dos tempos felizes que lá vivi. Lá, onde conheci o m-shelf e onde a experiência de leccionar "fora de casa" deixou marcas e amizades para a vida. Tenho muitas saudades de Grândola, mas sei que lá voltar seria apenas um engano do coração porque nada se repete.

domingo, abril 24, 2005

Dá Deus nozes...




Se vivesse numa moradia adoptava esta giraça.
Ou qualquer um dos outros amigos fiéis.

sábado, abril 23, 2005

Happy Birthday



Uncle Shakes!

sexta-feira, abril 22, 2005

Spanglish

Dado o odiozinho de estimação que tenho por comédias americanas tipo American Pie e afins surpreendeu-me o desempenho de Adam Sandler. Isso e eu ser a autora das únicas fungadelas da sala de cinema.
Que vergonha, para além de demorar três anos a fazer uma coisa que a maioria das pessoas despacha em dois, ainda sou temperamental.

quinta-feira, abril 21, 2005

Ah a música!

Uma das coisas sem as quais a vida seria extremamente aborrecida. Para além de constituir um veículo de congregação social (não é preciso saber Finlandês para gostar das proezas vocais dos Värttinä aconselho a ouvir o electrizante Marilaulu) é um sublimador de estados de alma (facto que o m-shelf faz sempre o favor de lembrar-me quando estou a ouvir Tindersticks às escondidas, banda que ele apelida de artesãos de música deprimente). Por isso delirei hoje ao visitar o Quase Famosos. Os meus gostos musicais são bastante ecléticos e se por um lado já tenho bilhetes para a Festa da Música do CCB (patrocinados com o amor paternal de quem esteve horas à espera para comprá-los) por outro lado estou (tento estar) sempre atenta à música indie, world music e outras loucuras saudáveis.
As saudades que eu tinha dos Pulp...

quarta-feira, abril 20, 2005

Todas as nuvens se dissiparam

Image hosted by Photobucket.com
Agora sim vou aproveitar o sol.

(É o alívio de ver chegar a bom porto um trabalho académico que levou três anos a completar).

terça-feira, abril 19, 2005

Desalinho

Nas prateleiras hoje reina o caos...
Mas amanhã será um novo dia. Uma vida que já não me lembro como é.

segunda-feira, abril 18, 2005

Contra-informação
























Adbusters

domingo, abril 17, 2005

Interlúdio

To be honest, to be kind, to earn a little and spend a little less, to make upon the whole a family happier for his presence, to renounce when that shall be necessary, and not be embittered, to keep a few friends, but these without capitulation - above all, on the same grim conditions to keep friends with himself- here is a task for all that a man has of fortitude and delicacy.
Robert Louis Stevenson

sábado, abril 16, 2005

E por vezes

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
Nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
Num segundo se evolam tantos anos

David Mourão-Ferreira

sexta-feira, abril 15, 2005

Traições Televisivas (parte VI)

Como as prateleiras hoje estão mais uma vez a sabotar alegremente as minhas imagens (GRRRRR!) vou aqui transcrever uma colaboração exterior para a saga das traições. Apesar de sempre ter pensado que só eu me desvairava com estes deslizes há por aí mais gente solidária ah isso é que há.
A Joana (não consegui saber se também bloga) deixou esta bela missiva na minha caixinha ali em baixo:
"Olá, t! Acabo de ver uma pérola da tradução, das verdadeiras, desta feita na tvShop. Ao anunciarem um qualquer aparelho que é como se fizesse o exercício por nós (só por isso, digno de menção), apresentam aquele que se diz ser "the fittest man in the world". Tradução de génio? "E aqui está o homem mais adaptado do mundo." O Darwin está às voltas na campa, de certezinha. (Eu até magoei aqui um músculo das costas de tanto me rir, que é bem feita para aprender a não estar a ver tvShop a estas horas ingratas.) "
Beijinhos Joana
(Confesso que deu muito jeito esta colaboração pois ando com uma séria falta de tempo para postar)

quinta-feira, abril 14, 2005

A Fada hoje esmerou-se...



e eu não quero cá conversas sobre isso.

quarta-feira, abril 13, 2005

O Repto

Bolas, calhou-me a batata quente! E eu que não suporto chain coisas... Mas como foi a minha priminha eu respondo

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Porque é que tenho de sair desse? Tenho mesmo? Pronto está bem, um qualquer do Roddy Doyle pelo humor mordaz (wit), Girl with a Pearl Earring pela apaixonante vivência da pintura "in progress", uma aventura de piratas do Stevenson, uma recriação histórica da vida dos povos Celtas, enfim... I could go on and on and on...

Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção?
Hummmmm... Nem por isso.

Qual foi o último livro que compraste?
Uma biografia de Robert Louis Stevenson da autora Claire Harman.

Que livros estás a ler?
Mala de Senhora e Outras Histórias de Clara Ferreira Alves aos bochechos por falta de tempo mental...

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Não faço ideia, mas tinha de ser um livro de contos ou short-stories para não me fartar de ler sempre o mesmo enredo.

A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?
À Carlinha, porque é uma amiga especial que me tem acompanhado pela vida fora no matter what
À Gold, uma das bloggers que comecei a ler quando ainda era uma mera anonymous no mundo blogosférico e porque ela precisa de alhear-se daqueles testes que anda a fazer
À Brígida Jonas, porque vivendo em Alguidares de Baixo deve ter uma grande disponibilidade para responder a estas coisas ;)

Higiene Mental

Porque é que as minhas prateleiras estão repletas de informação inútil e completamente deconexa da qual não me consigo livrar? Coisas como:
- as crianças chinesas demoram cerca de cinco anos a aprender a escrever
- a palavra mais utilizada da língua inglesa é o pronome "the"
- Wikiwiki quer dizer rápido em Hawaiano
Era tão bom poder fazer a limpeza da Primavera nas prateleiras mentais...

terça-feira, abril 12, 2005

Apologia do espirro (post narcisista)


Porque é que não consigo espirrar abaixo dos 40 dB?
Porque é que nunca consigo espirrar só uma vez?
Porque é que não consigo parar de espirrar?
E finalmente a pergunta que se impõe:

segunda-feira, abril 11, 2005

É sempre bom saber que melhor é possível

Image hosted by Photobucket.com

domingo, abril 10, 2005

Traições Televisivas (parte V)

Sic. Filme da tarde de domingo com Mel Gibson What women want (neste momento em intervalo). Não me dei ao trabalho de ficar para verificar a autoria da barbaridade que a seguir descrevo.
Contexto:Filha chega a casa e vê pai (Mel) em collants com unhas pintadas e soutien vestido.
Filha: What are you doing? Pai: Exfoliating.
Tradução- Filha: O que estás a fazer? Pai: A desfolhar-me.
Com tamanha prova de erudição sobre tratamentos de estética arrisco alvitrar que a tradução foi realizada por um homem muito atento ;).

A perfeição existe!



Haverá proposta mais tentadora do que visitar a exposição sobre Hans Christian Andersen na Quinta da Regaleira sob um sol esplendoroso como o de hoje?

sábado, abril 09, 2005

Bolas para a Primavera mais as limpezas!

sexta-feira, abril 08, 2005

Traições Televisivas (parte IV)

A saga continua, em grande parte patrocinada pela Pluridioma.
Ontem à noite, sic mulher, série britânica tipo CSI.
Uma mulher contava a um investigador pormenores da sua vida passada. Tinha trabalhado como dançarina exótica e agora o seu dia-a-dia era passado no circo. Quando se apercebe que forneceu informações cruciais para a investigação em curso regozija-se: It goes to show... I had a hip replacement but my brain still works. Tradução (a indiciar o síndroma “ela é loura burra e não consegue articular frases com sequência lógica”): Isto é o espectáculo. Fiz uma operação à anca mas o cérebro ainda funciona.
Talvez um destes (Idalina) dias lhes mande um resumo do que tenho arrumado nas prateleiras juntamente com uma carta a oferecer os meus valorosos serviços.

quinta-feira, abril 07, 2005

Mais um dia de Primavera


Correndo o risco de tornar este espaço num prateleiro-foto-blogue não resisti ao encanto da luz deste Breakfast In The Loggia de John Singer Sargent (1910)

quarta-feira, abril 06, 2005

Jaquelina & Idalina

Confesso que sou um pouco ciclotímica e o facto de estar a esquadrinhar as polissemias literárias da novela de Stevenson -Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde- há três longos anos, não me tem sido nada benéfico. A esse propósito, um destas dias, perante as queixas do m-shelf, um amigo (marido de uma querida amiga) oportunamente sintetizou: Ah, então uns dias é mais Jaquelina outros é mais Idalina! A espirituosa observação ainda hoje me dissolve o mau humor quando o m-shelf me chama Idalina.

Mas descansem, hoje é dia da Jaquelina.

terça-feira, abril 05, 2005

Bombshelf



Eu que tenho prateleiras cheias de livros dele não caibo em mim de contente.

segunda-feira, abril 04, 2005

Ai que canseira!

Ontem num acesso de zapping demorei-me num programa muito revelador. Os Spas da Marisa pretender divulgar os tratamentos de beleza à nossa disposição por esse Portugal fora. Infelizmente o que podia ter sido um momento de relaxamento e informação tornou-se numa piada de mau gosto. Pois não é que depois de uma manhã deitada numa maca, a sofrer torturas de toda a espécie por parte de uma massagista, a pobre da apresentadora teve de ir almoçar a um hotel de cinco estrelas no Funchal, com uma amiga! É revoltante a exploração de quem trabalha.. E seguidamente, uma vez que o desfile dessa noite ia ser muito cansativo a infeliz Marisa teve de sofrer mais um árduo tratamento de rosto. Ah, como é dura a vida de modelo! A trabalhadora incansável quase nem teve tempo de apreciar o seu chá da tarde, pois esperava-a um stressante momento de reflexão na varanda do seu quarto de hotel, com direito a vista-mar, a fazer boquinhas para a câmara.
Enfim, são circunstâncias da vida de quem tem de viajar muito, e de empreender esforços incomensuráveis para ocupar o tempo entre desfiles, ao mesmo tempo que se subjuga às exigências de produtores sem qualquer ética de trabalho.
Deixo aqui um apelo sentido: quando tiverem trabalhado 12 horas seguidas e se sentirem fraquejar, porque ninguém valoriza e reconhece devidamente o vosso empenho, pensem na Marisa, coitadita.

domingo, abril 03, 2005

Até ao fim do mundo,

até ao fim do mundo, até ao fim do mundo, certo da certeza de que nada nos podia separar, como uma onda para a praia na tua direcção vai o meu corpo, exclamou o Neruda e era assim connosco, e é assim comigo só que não sou capaz de to dizer ou digo-to se não estás, digo-to sozinho tonto do amor que te tenho, demais nos ferimos, nos magoámos, nos tentámos matar dentro de cada um, e apesar disso, subterrânea e imensa, a onda continua e como a praia na tua direcção o trigo do meu corpo se inclina, espigas de dedos que te buscam, tentam tocar-te, se prendem na tua pele com força de unhas, as tuas pernas estreitas apertam-me a cintura, subo a escada, bato o trinco, entro, o colchão conhece ainda o jeito do meu sono, penduro a roupa na cadeira, como uma onda para a praia como uma onda para a praia como uma onda para a praia na tua direcção vai o meu corpo.
Memória de Elefante António Lobo Antunes

sábado, abril 02, 2005

O cheiro da Primavera

apesar da chuva...


por John Singer Sargent

sexta-feira, abril 01, 2005

A eterna desculpa do Dia das Mentiras


para martírio de crédulos e sisudos.