Como disse?
Kronborg, o castelo de Hamlet, decretado património mundial em 2000, tem no valor histórico e no ambiente envolvente os seus maiores trunfos, enquanto que o castelo de Frederiksborg alberga uma profusa colecção de retratos, mobiliário e salas ricamente decoradas para além de uns jardins magníficos que não tive infelizmente tempo de ver.
Não adormeci, nem fiz adormecer ninguém, mas bebi muita água e ouvi palmas. Não, não foi mais um dos meus sonhos, nem um delírio na sauna do ginásio (da qual nem nunca usufrui). Foi o ataque de ansiedade de hora e meia de climax para três anos de preliminares.

Dou por mim a esfregar a embalagem de detergente da louça e sei que estou num dia Jaquelina-maníaca-das-limpezas. Quando amigas mais avisadas me perguntarem porque insisto em não contratar uma rapariga-de-leste-a-dias posso sempre responder que não quero perder a noção de verosimilhança da série Desperate Housewives. P.S. O ataque do detergente durou 3 segundos e quando me apercebi dele fugi e fui para a praia até me passar. No worries girls!
Era assim que António Variações sonhava a sua sonoridade. E o sonho cumpriu-se a pouco e pouco por mãos e vozes alheias numa homenagem sentida e merecida. Num Coliseu intimista e bem recheado de público, a excelência dos músicos aliada à serenidade de Camané, à energia explosiva de Manuela Azevedo e à personalidade artística daquele que bem podia ser o Beck português - David Fonseca, entrelaçavam-se numa teia de cumplicidades insuspeitas como se todos eles sempre tivessem sido companheiros de banda e tocassem juntos há décadas. A iluminação e apresentação cénica sublimavam a viagem a um mundo repleto de surpresas e emoções, bem temperado pela memória comum daquele António das estravagâncias bem salpicadas de talento inato.