Leituras
Ontem o meu fim de tarde desaguou na praia. Finalmente ouviu o silêncio do mar. Bom, era mais mar e menos silêncio mas foi o meu primeiro dia de praia relaxante. Apesar do vento resolvi levar um livro que rapinei às prateleiras paternas, para me acompanhar na espera. O m-shelf fez-se ao mar e eu fiz-me às páginas de Luísa Costa Gomes, de quem nunca li nada. A curiosidade aguçada no encontro com Paul Auster (no qual ela esteve presente como amiga, leitora da versão portuguesa do livro apresentado e tradutora de serviço) deleitou-se ontem em passos como este:
Talvez se exagere o martírio das pessoas muito bonitas. Mas é verdade que as impregna um género de graça divinal, atraente por ser um dos múltiplos sinais da existência d’Aquele e repelente, ao ser tão inefável que nos sentimos atirados borda fora como albaneses. Pressente-se que a beleza seja contagiosa e anda-se sempre à volta das pessoas muito bonitas à espera que desbote sobre nós. Mas não as compreendemos, é impossível compreendê-las, estão fora do mundo.
Talvez se exagere o martírio das pessoas muito bonitas. Mas é verdade que as impregna um género de graça divinal, atraente por ser um dos múltiplos sinais da existência d’Aquele e repelente, ao ser tão inefável que nos sentimos atirados borda fora como albaneses. Pressente-se que a beleza seja contagiosa e anda-se sempre à volta das pessoas muito bonitas à espera que desbote sobre nós. Mas não as compreendemos, é impossível compreendê-las, estão fora do mundo.
Olhos Verdes de Luísa Costa Gomes
1 Comments:
O teu post é mesmo relaxante! Estava a precisar...
Bom fim de semana.
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