Revoltada da sociedade
Era assim que se auto-intitulava uma moradora do bairro situado na Azinhaga dos Besouros, Amadora, que ontem teve honras de audiência em todos os telejornais. As palavras de ordem "Direito à habitação" ecoavam em segundo plano, gritadas a plenos pulmões por jovens solidários e idealistas, calçados com pares de ténis Puma (cento e muitos euros o par) e aquecidos pela convicção que ainda podem salvar o mundo e outros disparates utópicos.
Independentemente das histórias de miséria humana e de exclusão social por detrás de cada barraca ilegal, resta uma questão muito pertinente: afinal no regime democrático em que vivemos não somos todos iguais? Porque é que pessoas que não cumprem os seus deveres perante a sociedade hão-de usufruir dos mesmos direitos daqueles que os cumprem? Porque é que há Portugueses que, batalhando contra as mesmas dificuldades económicas que os habitantes da tal Azinhaga, fazem das tripas coração e trabalham arduamente para poderem pagar a prestação bancária de uma casa? Talvez porque nenhuma autarquia lhes cedeu uma "a preço de amigo"? Afinal bastava terem construído uma casa ilegal num bairro com os dias contados para poderem exigir o realojamento. Empenham o seu futuro (e quem sabe o dos seus filhos) quando bastava empenharem-se em usar algumas ferramentas de construção e aplicarem os seus dotes de pedreiro, canalizador e engenheiro, ou talvez nem tanto. Não serão esses preteridos afinal os verdadeiros revoltados da sociedade?
4 Comments:
Ti, estás aqui estás a apanhar com a esquerda em peso em cima. Não digas que não te avisei...
:)
espumante
Não faz mal que eu também sou de esquerda, tenho é mais de três neurónios a funcionar e não vou em cantigas...
E quem fala assim não é mudo! Ou melhor, que escreve assim não é analfabeto!
Posso ser o chefe do teu fan club?
Beijos primita
Plenamente de acordo!
E efectivamente, não é uma questão de esquerdas ou de direitas, é mais uma questão de respeito...
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