quinta-feira, setembro 22, 2005

No domínio do onírico

Não sou certamente a única pessoa no mundo que ainda não tinha visto o filme Cidade de Deus mas sentia-me como tal. Ontem lá resisti com estoicismo ao sono para me poder sentir um pouco menos excluída cinematograficamente. Curioso foi constatar que afinal os meus sonhos davam mesmo bons filmes, como o m-shelf não se cansa de me lembrar. Não é que numa noite que já não me lembro sonhei que no lugar onde vivia (um lugar muito pouco recomendável por sinal) miúdos impúberes armados afadigavam-se a recolher o semanão dos moradores. Estes pagavam-no sem lamúrias e, imagine-se, com um sorriso nos lábios, certos de estarem a comprar protecção contra roubos e outras desgraças urbanas. Até hoje este pesadelo mantém-se bem vivo na minha memória e ontem, ao entrar naquele universo cruel e distorcido do filme, tudo veio à tona.

4 Comments:

Blogger Pitucha said...

Depois de ler o livro não tive coragem de ver o filme (portanto, soua única que não o viu!).
Beijos

1:25 da tarde  
Blogger Poor said...

é um excelente filme, muito bem filmado, pouco esperançoso é um facto!

2:58 da tarde  
Blogger Carla Motah said...

Pois eu revi a 1ª parte do filme (o sono de um despertar às 7 da matina venceu-me) e só deu para confirmar a extrema qualidade do mesmo. Apesar de ser muito forte e totalmente pouco esperançoso, como diz a Amie, é simultaneamente um documentário excelente e com uma realização fabulosa. O incrível é que o pessoal das favelas, aquando da estreia do filme, o classificou de ser demasiado soft... Quanto`aos teus sonhos, espero que , pelo menos no sítio onde moramos, não se realizem.
Beijinhos

9:39 da manhã  
Blogger Cotovia said...

Na verdade a realidade que o filme mostra não é das mais bonitas, é mesmo muito cruel. O filme está incrivelmente bem feito, mas causa-nos uma tristeza profunda e, no fim, não é apenas com um estalar de dedos, ou mudança de canal que se sai daquele pesadelo. Alguém me disse, uma vez, que este era um filme bastante didáctico; na minha opinião, depende da faixa etária e da própria realidade de quem vê o filme; às vezes pode ter o efeito exactamente contrário...
Beijinhos e sonhos cor-de-rosa

10:54 da manhã  

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