segunda-feira, maio 30, 2005

Geração quê?

Chamemos-lhe Geração Black Eyed Peas (à falta de ideia mais original de momento). Com as devidas excepções a melómanos ecléticos na primavera ou outono da vida, que, apesar de se identificarem com determinado estilo ou corrente musical, manifestam conhecimentos desde a esfera da pop ou hardcore à world music ou clássica, os elementos da geração BEP costumam ter menos de 26 anos e uma visão algo limitada do mundo musical. Ontem, em conversa com uma amiga desta faixa etária, dei por mim a leccionar um crash course sobre as tendências mais marcantes da música pop britânica (eu nestas coisas sou mais europeia que americana, talvez por influência do legado sixties paterno) quando me apercebi que a minha amiga não fazia ideia quem eram os New Order ou os Smiths. Fui desaguar (imagine-se!) nos anos 90, numa digressão pelo movimento grunge de Seattle, referindo os Nirvana pelo caminho. Não sei se a minha tentativa de lhe transmitir uma ínfima partícula da riqueza musical humana foi em vão, pois ela confessou-me ser daquelas pessoas que tem dificuldade com nomes do que quer que seja. Mas aquele momento foi sentido como uma expressão do meu não conformismo com modas, playlists de estações de rádio e globalizações. Para mim sempre foi motivo de regozijo conhecer bandas que poucos conheciam (e que nem por isso tinham menos qualidade) e remar contra a maré do mainstream, iniciando outros nessas pérolas escondidas nas ostras do oceano musical. Porque como diria o mui sábio Robert Louis Stevenson:
To know what you prefer, instead of humbly saying Amen to what the world tells you ought to prefer, is to have kept your soul alive.

3 Comments:

Blogger Formiga Rabiga said...

Pois eu sou talqualzinha como tu nessas coisas. O problema agora é que nem tenho tempo de estar actualizada com o que se passa no "mundo musical". Parece que há uns anos atrás não havia a produção em série de hoje e depois as coisas escapam-se-me : )

11:55 da tarde  
Blogger lilla mig said...

Essa é uma das grandes vantagens de ser trintona: pelo menos o nosso background sempre é mais rico! Fico contente de ter vivido os 80 e os 90! :)

9:58 da manhã  
Blogger Carla Motah said...

Ainda bem que já estamos nos trinta ou todo o espólipo musical dos 80s e dos 90s passar-nos-ia ao lado.Que pena não ter visto os New Order neste fim de semana. Mas ouço-os sempre que posso ultimamente.
Quanto ao remar contra a maré, faço-o sempre que posso. Mas, no geral, sou muito género patchwork (porque será que adoro Wilde?) e tenho a sorte de viver com um autêntico music freak que está sempre muito à frente e me leva na onda (sempre que pode, claro)
Beijinhos

5:36 da tarde  

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