Escrever
Porque escrevo? Escrevo para criar um espaço habitável da minha necessidade, do que me oprime, do que é difícil e excessivo. Escrevo porque o encantamento e a maravilha são verdade e a sua sedução é mais forte do que eu. Escrevo porque o erro, a degradação e a injustiça não devem ter razão. Escrevo para... Escrevo para ser. Escrevo sem razão.
Pensar Vergílio Ferreira
posted by t-shelf @ 12:56 da manhã
4 Comments:
Ora pois, muito bem perguntado: porque escrevo?
A questão torna-se ainda mais pertinente se for colocada da seguinte forma: porque escrevo num blog?
Pois ainda não sei! - é a resposta.
Acho que é porque passo o dia a escrever coisas sérias e depois achei que me ia apetecer escrever sobre assuntos diferentes. O que se passa é que carrego a seriedade do trabalho comigo para casa e depois não sai nada. Já ficou tudo muito bem escrito durante o dia : )
A busca faz parte desta coisa dos blogues, a busca do post perfeito, que se escreva a ele próprio, sem labor nem arrependimento.
Da minha parte gostava de poder dizer o mesmo: "já ficou tudo bem escrito durante o dia". Nunca consigo atingir essa sensação de "obra acabada", acho que há sempre qualquer coisa que não ficou mto bem. Enfim, dilemas próprios de uma pobre alma que está a acumular um day-job com a fase final de escrita de uma dissertação de mestrado que se tem arrastado mais do que o recomendável para a sanidade mental de quem quer que seja.
Pois eu... escrevo porque sim :) Tenho amigos que não escrevem sem uma profunda reflexão que lhes permita a elaboração perfeita do que querem transmitir. Ou, mesmo que não queiram transmitir coisa nenhuma e escrevam apenas para si próprios, são de um elevado grau de exigência. Eu, pelo contrário, não escrevo - vou escrevendo. Depois leio... e só não me deixo embrenhar nas reflexões de Álvaro de Campos (que ainda há dias citei) por manifesto pudor. Como é evidente. Este comentário, por exemplo, foi iniciado sem eu ter a mínima ideia do que dele sairia. Claro que há uma plataforma de base, neste caso o teu post... há uma "espinha" que mais ou menos acompanhei, mas sou assim e, glosando a Rabiga, bem me basta o que escrevo e digo durante o dia, num registo profissional. Frequentemente, coisas até em que não acredito totalmente, mas isso é outro depatamento. :) Há uma coisa em ti que me intriga: O uso recorrente da língua inglesa. Alguma razão especial ou you made it for no reason and are only too glad to use it??
Tudo junto e somado, mesmo pessimista, vai escrevendo. Por mim, gosto. :)
O uso recorrente da língua inglesa é deformação profissional(tento ensiná-la diariamente) e paixão pessoal. Não consigo evitá-la mesmo que quisesse.
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