Os Foguetes e as forças de segurança

Meia noite de ontem. Na minha casa reinava um blitz à portuguesa- um estrondo ensurdecedor e ininterrupto de foguetes proveniente, vim a saber, de um parque de campismo próximo.

Não tenho a mínima tolerância para esta popular manifestação de boçalidade e faço o meu papel de cidadã interessada e interveniente- telefono para a PSP a dar conta da ocorrência.

Agente da PSP claramente abespinhado e sem me deixar sequer acabar de descrever a situação- Não posso fazer nada minha senhora.

Eu (atónita)- Como não pode fazer nada, não têm de ter uma autorização para lançar foguetes?

Agente- E têm...

Eu (cada vez mais atónita e sem perceber o que se passa)- Mas mesmo depois da dez da noite...

Agente (a interromper novamente) Os foguetes são no parque da GNR, não acredito que não tenham autorização para o fazer

Eu (com vontade de fazer um comentário incendiário tipo- é o país que temos- mas segurando toda a minha indignação)- Ai sim...

Agente- Também é uma coisa passageira, masi uns dez minutos e acaba, não é como se fosse um vizinho pica-miolos que martela a noite toda...

Eu (sem conseguir articular nada de tão espantada)...(aqui podia ter-lhe dito- Pois nem dez minutos deveriam ser, por exemplo se alguém estiver a ser agredido durante dez minutos também são SÓ dez minutos mas pode morrer por causa de SÓ dez minutos)

Agente- Olhe já acabou

Eu (perante toda a situação só consegui articular ainda que com uma ironia que duvido tenha sido perceptível ao solícito agente)- Então boa noite e obrigada pela explicação.

Com exemplos destes vindos das autoridades porque não há-de o Zé Povinho lançar um foguetório lá na aldeia por causa da vitória do Benfica ou da filha ter acabado 0 4ºano e causar alguns fogos florestais nas aldeias próximas?