A teoria da compensação ou os Óscares em débito
A desoras e com muitos bocejos (desta vez de tédio e não de sono) lá consegui suportar a introdução histérica do anfitrião minoritário. Depois das já mais que previsíveis piadas anti-Bush e do momento "I am black and proud" (4 nomeados nas categorias mais nobres, clube de fãs de White Chicks blá blá blá), mais uma inacreditável piscadela de olho à pretensa modernização da cerimónia: Beyoncé, a rainha do vibratto à la Whitney Houston e dos tops de vendas, a cantar em francês. Será que os solistas originais não aceitaram o convite por imperativos de agenda ou não seria o francês deles suficientemente perceptível?
Os prémios técnicos e secundários foram entregues no meio do público (toma lá e vai-te embora para entregarmos os prémios realmente importantes mais rapidamente) e os intervalos da emissão eram preenchidos sempre com o mesmo separador na TVI.
Para além de tudo isto o Marty não ganhou a melhor realização, o que confirma mais uma vez a minha teoria: desde que existe, a Academia tende a premiar carreiras, projectos ou obras que alimentam o star system, os box offices e a própria engrenagem de Hollywood. Assim, todos os anos assistimos ao deplorável espectáculo da entrega de uma espécie de Óscares de consolação, alguns mesmo a título póstumo. Pelo caminho lá se entregam uns quantos verdadeiramente merecidos, mas muitos fora de tempo. Como explicar por exemplo o óscar de Sean Penn em Mystic River ? A verdade é que ele já o tinha merecido em I am Sam, mas como ficou em débito foi roubá-lo a Johnny Depp ( que na minha humilde opinião merecia ser premiado pelo seu desempenho do sedutor pirata Jack Sparrow).
Muito merecedora do devido destaque foi a actuação de Yo-Yo Ma no momento de homenagem aos ilustres desaparecidos no ano transacto.
2 Comments:
já viste o Sideways? Muito bom!
Não mas está na lista desta semana...
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